Findos dois infinitos meses...
Intensos, ardentes, valseantes,Fulgurantes, estonteantes,
Loucamente promitentes.
E eu, muito embora, por ora,
Nesta hora, e agora,
Sem mais motivos para comemorar sequer instante.
Foi aniversário pelo inequívoco decorrer do tempo
Infeliz, talvez, por mera causa e conseqüência.
Ao final, percebi que, no meio do caminho,
Tinha, sim, uma pedra.
Quis amar e não tive medo.
Entreguei-me de corpo e alma à paixão.
Para o anverso dos meus versos, carícias, ternuras com prazo certo:
Esperando o tempo passar...
Um sentimento nonsense me questiona
Não lhe fui suficiente,
Me lacuna a capacidade de conquistar,
Ou é-lhe a incerteza dos desejos e das circunstâncias
Sua pedra no caminho?
Se não é nada disso,
Tenho por desfecho, a conclusão por sua desatenção
Não aprendeu a lição que seu grande Mestre, por unção,
Um dia lhe disse:
- Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?
O Senhor Tempo que, comigo, andava
Já não me permite dar sinal de Tic-Tac.
Foi o Cuco que morreu de solidão.
No exaspero de acertar pelos cuidados
Pequei - confesso - pelo excesso.
Valei-me, Deus, por que depois de tão zelado
Sobrevém um pedido amargo
Assuntando recesso?
Calei-me. Emudeci. Desativei-me.
No afã do desespero,
Incrédula e cega pela indiferença,
E, ainda, ferida pela inconstância,
Chorei de dor.
Refém da distância,
Não quis crer no derradeiro contato:
De Amantes para reles Amigos,
Com pitada de risos...
Diamante que voltou a Carbono-pó.
Memórias me ensurdeceram.
Quis bradar para vagarem por outros rumos,
Mas, em obséquio ao meu coração,
Arrebataram meus pensamentos e usucapiram meu corpo insano.
Mal-disse Drummond, que fala de amor
Mal-disse o vestido no prego, que me leva ao perdão incondicionado
Mal-disse o mar que não me traz calmaria
Mal-disse João, Maria, J. Pinto Fernandes e, principalmente, o tal do José
Mal-disse Minas, por nada me dizer
Mas concordei que, dali em diante, seria gauche na vida.
Nossa, Pat!
ResponderExcluirPoema cheio de referências... Ei, na postagem anterior você disse que detestava poesia!
Não entendo, mas posso dizer que "Diamante que voltou a Carbono-pó." cintila no Reino da Poesia - que achado!
Beijo, minha filha!
- Pimenta
Obrigada, meu querido Mestre!
ResponderExcluirDigamos que Drummond "me deu uma mãozinha"!
E... Em tempo, reafirmo: gosto muitíssimo de poesia - principalmente se, a despeito de suas exigentes formas, existe a total liberdade para o coração falar.
Beijãozão.