Não sou das maiores apreciadoras da escrita de Paulo Coelho, nem o considero tão "Mago" dos romances quanto os que o selecionaram para ocupar uma das cadeiras da Academia Brasileira de Letras, mas o texto, que abaixo segue, tem sua dose de alquimia. Trata, com muita precisão, de uma Lei que se aplica a todas as esferas de nossas vidas e que, inevitavelmente, nos afeta.
Cabe-nos intronizar tais ditos e saber quando e como aplicá-los. É necessário "racionalizar", ou seja, despertar, no coração, a consciência. Isso não significa "macular o sentir" - pois contradiria o "viver intensamente", situação para a qual levanto minha bandeira -, mas é direcionar os olhos do coração rumo àquilo que acreditamos valer a pena. Por mais que julguemos ser uma missão impossível, decidir o que será digno de nossos esforços é o primeiro sinal da madureza no sentir. Como diria o mesmo Drummond que, um dia, impetuosamente, praguejei: "A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional"... O caminho é doloroso, requer muita determinação, mas sempre vale pela conquista da liberdade para novas escolhas. A esta vitória, atribuo o nome "restart".
Só e tão somente assim, é possível oportunizar-se e, com isso, perceber que o melhor estaria por vir...
"ENCERRANDO CICLOS
(por Paulo Coelho)
Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.
Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Despreender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto, às vezes ganhamos, e, às vezes, perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou jamais voltará.
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.
Bárbaro...prima
ResponderExcluirum grande beijo do seu primo carioca da gema
Oi, Pat!
ResponderExcluirJá começa solando, é?!
A palavra que escolhi é "desapego". Ah, e podemos ser milionários e, ainda assim, desapegados... Entendi a mensagem.
Já vou colocar você no meu MS especial. Tudo o que postar de mais recente vai aparecer um ícone indicando lá.
Beijo!
Felicidades no novo ciclo!!!
(Folhas ao vento: vou meditar sobre isso...)
- Henrique Pimenta
Oi Tri, adorei esse texto, e de uma certa forma isso vai me ajudar a encerrar coisas do passado que ainda ficavam atrapalhando a minha vida...
ResponderExcluirTE AMO Prima!!!
Beijo bem enormeee...
Perfecto... Absolutamente, não sou fã do Paulo Coelho, tampouco leio seus livros. De maneira simples e agradável, ele nos aufere a possibilidade do óbvio. Temos que "tocar em frente". O passado não deve nos impedir o progresso, mas pessoas bonitas como você permanecerão, pelo menos, como doces lembranças de um breve convívio acadêmico. Parabéns, belíssima escolha. Serei um fiel leitor. beijão.
ResponderExcluirMuito legal seu blog, não conhecia esse lado poesia... Desejo vida longa nessa nova estrada...
ResponderExcluirbjo,
Ricardo Martins
Prof. UFPR
Oi prima Linda... Amei o texto... Acho que vou ter que usar rss...
ResponderExcluirMas adorei o blog... tenho certeza que será um sucesso como tudo que você faz na sua vida.
E que venham os novos ciclos. Restart.
Te amo
Beijos
Tata (Tati)
Oi, Pat,
ResponderExcluirDe fato, virar a página e seguir em frente em busca de novos desafios, caminhos, paixões e respostas nos enche de esperança e nos faz pensar: "Como pude sofrer tanto por algo que, agora, passado o pesadelo, parece-me tão insignificante?"
Mesmo assim, acredito que nada (nem ninguém) seja descartável, ou tenha sido tão ruim, que não permita remanescer, ao menos, como uma boa recordação e aprendizado para a vida que segue.
Afinal, somos o que vivemos, e lembrar do que fizemos, seja bom ou ruim, demonstra a dimensão de nossa existência.
Não acredito na ideia maniqueísta do bem e do mal, pois os seres humanos são bem mais complexos e belos do que a tirania do certo ou errado, motivo por que todos sempre têm algo de bela e de fera, e o equilíbrio nos faz completos.
Parabéns pelo blog e pela sensibilidade exacerbada. Você realmente é de outro mundo, daí, acredito, a necessidade do "restart".
Bjaum.
Lolata
seja bem vinda ao mundo dos arteiros...
ResponderExcluirbjao..
Esta área está tornando-se um maravilhoso bricar.
ResponderExcluirParabéns, esta é a verdadeira alquimia!
AHLC
Oi amiga! Amei seu blog! Pode ter certeza que serei leitora assídua!
ResponderExcluirSobre este texto, só tenho a dizer que, mesmo sabendo que temos que "virar a página", queria tanto voltar àquela nossa época! rs
Bjs chambinho! ;-D
André, primo querido! Muitas saudades...
ResponderExcluirFiquei superfeliz pela visita (ainda que virtual!).
Visite sempre! Será um prazer recebê-lo!
Bjão.
Querido Henrique,
ResponderExcluirÉ um grandissíssimo prazer ter suas postagens e avaliações abrilhantando meu humilde espaço.
Agradeço pelo carinho e pelos votos! Espero fazer jus a todos eles.
Volte sempre que quiser!
Beijo e, mais uma vez, obrigada!
Juli, Juli... Minha irmã, de coração e sangue!
ResponderExcluirFico eternamente feliz ao saber que, mesmo longe, posso tocar seu coração e, de alguma forma, contribuir para sua vida.
Sinto muito a sua falta e, principalmente, dos seus "puxões de orelha". Paradoxalmente, prima, acho que preciso de rédeas! (risos)
Te amo muitão e desejo que seu passado - aquele que insiste em ficar "no teu pé" - tome um "pé na bun..."! (risos)
Beijãozão.
Grande Rudiney! Querido amigo e exemplo sincero de conduta ilibada!
ResponderExcluirFico lisonjeada pelo carinho e deixo, aqui, uma confissão: sempre o admirei pela persistência, pela retidão de caráter e pela busca da humanização no Jornalismo.
Tê-lo como visitante, para mim, já é uma imensa honra! Volte sempre!
Beijão.
Caro Ricardo...! Um orgulho tê-lo por aqui!
ResponderExcluirObrigada pelos votos e... também desejo vida longa para meu cantinho, porque... embora "gatinhando", quero que cresça, amadureça e apareça!
Beijos.
Tata, Tochane, Tati... ou, para os íntimos, "Tatiane"...
ResponderExcluirPrima que amo tanto... Obrigada pelo carinho, pelos incentivos, pela amizade incondicionada, pelo amor gratuito, pela sinceridade, pelas orações - que foram tantas! - pela cumplicidade, pelo companheirismo... Por tudo!
Amo, amo, amo e ponto!
Tem lugar cativo no lado esquerdo do meu peito!
Beijãozão.
Nossa, Lolata! Fiquei surpresa (mesmo!) com o que escreveu! Surpresa agradabilíssima. Sempre.
ResponderExcluirDe fato, somos o que vivemos. Nunca havia pensado no aspecto de mensurar o tamanho de nossa existência pelas experiências pretéritas. E... sabe que tem toda razão?! Somos tão grandes quanto tudo aquilo que nos fez grandes. Bárbara esta idéia! Quem sabe eu consiga traduzir minhas reflexões sobre isso numa próxima oportunidade!
E... De Bela e Fera, misturados nas suas maiores doses de maniqueísmo extremo, temos, sim, o equilíbrio - tal como escreveu. Acredito também, que, desequilibradamente, tais extremos também tenham seu valor.
Grande beijo e... volte sempre, sempre!!
Rapha querido! Conto com sua ajuda para fazer grandes artes! (risos)
ResponderExcluirBeijos.
Caro AHLC,
ResponderExcluirÉ um "brincar" de-li-ci-o-so!
Obrigada pelo carinho e volte mais vezes!
Beijos.
Brigadeirinho do meu coração!...
ResponderExcluirÀs vezes, me pego pensando no quão era "infinito de delícia" aqueles tempos... Sua amizade é uma das coisas que trago de mais puro da minha infância! Saudosismo, sim, daqueles dias! Mas... nada que uma tarde de Chambinhos e Brigadeiros não tragam de volta! (risos) E... sem culpa, sem medo de "voltar alguns capítulos"! (risos)
Beijos, minha linda amiga!