Ano novinho em folha. É chegado o momento do "sacudir a poeira" e dar a-que-la faxina na vida.
E foi exatamente neste propósito que comecei a limpar as gavetas dos armários de casa e... eis que grata surpresa! Encontrei uma preciosidade: uma folha de papel, já amarelecida pelo tempo, desnudando um coração...
Era um rascunho de poema, feito à mão, sem qualquer pretensão de notoriedade ou publicidade. Linhas de confissão de um coração pueril e ansioso por um novo sentir. Palavras a explorar as primeiras lições do que venha a ser o AMOR... Um não-sei-o-quê indefinido por natureza, incompreensível por fugir à razão, que dói e não se sabe o porquê, que é covarde, porque nos pega de surpresa, e, contudo, faz até os brutos esmorecerem...
Pois foi esta magia que, há alguns anos, transbordou da pena de um poeta ignoto. Provavelmente, nem ele o sabia poeta...
Pela pureza e doçura de suas palavras imersas na descoberta do Amor e pela singeleza de seus versos perquirindo o novo... Tenho o maior orgulho de apresentar Felipe de Carvalho Ribeiro em seu primeiro contato com o mistério do "gostar apesar de".
Novidade, para mim, foi vê-lo poeta, Maninho! 2010 não poderia ter começado melhor! Descobrir-se é sinal de que mergulha, profundamente, nas gavetas de seu coração! E - convenhamos! - descobri-lo, foi um "diving" nas gavetas do meu também!
"AMOR INCOMPREENSÍVEL
(por Felipe de Carvalho Ribeiro)
A maior perda de tempo
é aquela destinada
à tentativa de decifrar o Amor
Pois este é um sentimento incontrolável
que toma do sangue
o caminho para o coração
Estou falando do Amor...
Aquele que faz
com que o corpo flutue
no mesmo plano
em que o pensamento voa
Aquele que faz
com que as pessoas riam de si mesmas
Aquele que faz com que o mundo
pare por alguns instantes
Aquele que deixa
as pessoas como bobas
aos olhos de quem não ama
Aquele que faz
esquecermos de tudo
Amor covarde
que nos pega de surpresa
domina
e faz de nós
frágeis como criança..."